terça-feira, novembro 13, 2007

Planeta dos lagartos en français

Interrompo estes quatro meses de silêncio para lançar aqui um blog. Já existe há mais de um ano, é escrito por um grande amigalhaço alentejano radicado em França há vários anos e com quem tive o privilégio de trabalhar noites imensas.
Transfigurado em Coeur de Lion, este amigo mostra no seu blog o pior da sua condição: ser do Sporting.
Mas para quem gostar daquela desgraça este é um grande blog, devida e dignamente actualizado - grafismo atractivo, de grande qualidade, mostrando as qualidades do grande gráfico e paginador agora chamado Coeur de Lion - com as novidades da agremiação sedeada nos fundos do Campo Grande.
Para mim irá funcionar como ponto fulcral das magníficas e intermináveis discussões de bola que sempre mantive com Coeur de Lion.
Com o mais afiado bico de águia fica o link: Planète Sporting Club de Portugal

terça-feira, julho 24, 2007

20 anos

Discutindo as agruras da vida com meia dúzia de camaradas, há dias, enquanto se esperava pelo presidente Cavaco, a conversa virou-se para os anos de profissão. Eles recordavam o primeiro dia. Quase todos sabiam a data concreta. O primeiro dia... Na rádio. No jornal. Os primeiros passos na Redacção. Eu não. Sabia o ano, não a data. Nunca liguei a datas. A minha pedra é desprovida de datas gravadas. Tal como esqueço o dia do meu próprio aniversário também nunca um amigo recebeu a surpresa de levar com as minhas felicitações em dia de anos. Não sei a data dos anos de ninguém. A dos meus filhos acabo por sabê-la devido à excitação nas semanas que antecedem o acto. De resto… zero. As datas são meros números. E números são fantasmas do passado.
Às vezes o passado tem surpresas.
Remexo em blocos antigos, onde sempre escrevi a vida ou rabisquei notas de reportagem. No meio de um canhenho mal amanhado, velho não só pelo tempo – já naquela altura devia ter mau aspecto – descubro uma folha, dobrada em quatro, caligrafia disforme – a minha.
Uma carta a uma namorada da época. Fantástico! O teor da carta, que não sei se seguiu (será aquele pedaço de papel mero rascunho, ou terá sido carta nunca enviada?), é totalmente desinteressante. Imberbe. Como o são os 18 anos.
Por entre patranhas ingénuas contadas a uma amada sem nome - embora saiba a quem se destinava – encontro uma data: 24 de Maio de 1987. Data inscrita na dita carta. Recorrendo ao calendário do telemóvel fico a saber tratar-se de um domingo.
O que tem isto de interessante? Pouco, é certo. Só que mais à frente escrevi à paixão da altura que me ia estrear aos microfones na quinta feira seguinte.
O que, para mim, apenas para mim, leva a uma brilhante descoberta: falei pela primeira vez aos microfones a 28 de Maio de 1987. Na altura – isso lembro-me bem, sempre o soube – falei sobre os Dire Straits. Até sei a frase primeira do meu texto. Como se agora mesmo o tivesse escrito: “numa época em que o supérfluo se sobrepõe ao essencial, os Dire Straits…” – mais não recordo.
Eu que sou mais de revoluções, sabendo disto agora, desta data, só me ocorre a interrogação: pode o meu estado durar tanto quanto o outro que fatidicamente se iniciou na mesma data, mas em 26?
Fica gravado. Não na pedra. Apenas neste blog de amores e humores ocasionais.

quinta-feira, julho 12, 2007

Estrela minha


Todas as noites me perco neste namoro.
Olho-a. Embevecido.
Platónico.
Podre de paixão.
Ela, irradia luz.
E abre um sorriso
(apenas para mim)
Não lhe sei o nome.
Mas amo-a.
É a estrela mais brilhante do meu céu.

Quero-a. Só para mim.
Ela insiste na companhia das outras.
Procuro demovê-la.
Revelo-lhe minha paixão
amor eterno.
Em vão.
Responde-me em sorriso.
A minha estrela.

quinta-feira, julho 05, 2007

Força Carlos!!!

O Gonçalo deixou esta mensagem:
Para o Carlos
Por vezes as palavras custam a sair. Os sentimentos perturbam e confundem. As perguntas surgem mas as respostas não saem. Falei contigo há minutos. E hoje trato-te por tu. Não disse tudo o que queria. Há-de vir o dia, meu amigo! Boa sorte para amanhã!GG

Fora de contexto, é difícil percebê-la. Meu Amigo, entendo-te bem. Percebo a tua preocupação e o embargo que silencia a tua voz.
O Carlos Júlio é forte. Não será um tumorzeco a derrotá-lo.
Não te esqueças, caro Gonçalo, que ele passou incólome às balas na Guiné. Nem preciso de te recordar do episódio de Prizren, no Kosovo, com os cinco mísseis disparados por caças americanos à sua coluna acabando por matar o seu motorista e tradutor.
O Carlos não só se safou como pôs a salvo alguns camaradas. Talvez não te lembres, mas a jornalista inglesa que ele retirou "debaixo" dos mísseis, na sua reportagem, descreveu-o quase como herói, afirmando que foi quem lhe salvou a vida.
Sem mais histórias. Sabes tão bem como eu que não é fácil torcê-lo. Tem sempre um último argumento para ficar por cima. Um último trunfo usado com mestria para nos "lerpar".
Assim será desta vez. Não duvides, caro Gonçalo.
O ano vai ser duro para ele. Nós, vamos estar aqui. A sofrer por fora. No final, riremos todos à volta de um tinto.
Um abraço

segunda-feira, julho 02, 2007

Quadros de uma exposição


Chama-se Partilhas.
Carlos Ferreira partilha connosco a sua arte. Mostra-nos o mundo das suas descobertas através da pintura. Mote de vida. Quadros impressivos. Cenas quotidianas. Ou simplesmente traços encontrados nos poemas. Na poesia da vida.
Carlos Ferreira é um poeta das cores.
Neste acrílico sobre tela, publicado em Março, questiona o mundo lá do sul. Do sul do sul. Uma África acompanhada pelas palavras de Agostinho Neto.
Momentos imperdíveis em cores vivas partilhados através do seu original blog.
A música, calma e encantadora, ajuda a percorrer os quadros.
Mussorgsky prestou homenagem ao amigo através da suite "Quadros de uma Exposição".
Assim presto eu homenagem ao amigo Carlos Ferreira.
Para que desfrutem dos quadros da sua exposição

Mundo da música


Às vezes temos a sensação de que nada acontece nesta pasmacenta cidade. Verdade?
Ora então, visitem o site que vos deixo e vejam a maravilha programada para os próximos dias. Com a chancela da Casa Cadaval. Com brasão real e tudo.

http://www.festivalevoraclassica.com/

E Viva a Música!!!

sexta-feira, junho 08, 2007

O que vês?



Sei que me olhas...

Aí. Ao longe.

Mas...

Porque não me vês?

Que medo tens?

Observo-te...

Olhando-me.

Contemplas...

Recusando ver!

segunda-feira, abril 30, 2007

Hoje não, Kapuściński

Obra do acaso, encalho pela manhã, num jornal espanhol, com Ryszard Kapuściński, o grande repórter, o maior do mundo, desaparecido em Janeiro. “Kapuchinsky escribió que para ser buen periodista primero hay que ser buena persona”. Sentença lapidar, repetida milhões de vezes, ouvimo-la ainda agora, no dia da sua morte.
Gostava de ser bom no jornalismo. Mas não me apetece, hoje, segunda feira, ser boa pessoa.
Fica para outro dia, grande mestre.

quinta-feira, abril 19, 2007

A Arte do povo

Momentos sublimes da Arte Maior:
Miguel Ângelo na Capela Sistina
Picasso na tragédia de Guernica
O tríptico de Bosch no Jardim das Delícias
A Sesta de van Gogh
(como se roubado à Planície do Alentejo)
Da Vinci e a Mona Lisa
Todas as mulheres de Miró
E as Papoilas de Monet

Instantes sublimes de uma Arte frugal:
Messi, igual a Maradona
Rasgando a relva
Pincel impregnado de inspiração
Cinco telas ultrapassadas
Quadro completo,
momento supremo
O orgasmo do golo

Escrever, escrever, escrever

Todos os dias recebo infos sobre os passeios no Largo. Coisa ingrata, chegar aqui, ver os textos bolorentos, sem actualizações.
"Escrever, escrever, escrever. É uma ideia que me martela a cabeça", diria o saudoso mestre Pedro Ferro. Ando empenhado noutras escritas. Daí os serões no Largo sairem prejudicados.
Agradeço as vossas visitas e os telefonemas, mas de momento ando noutra.
Apesar de tudo, não abandono os Almendres.
Aqui, o sol cai agora por detrás do cerro impregnado de sobreiros. O céu imenso, à noite carregado de estrelas, adornado ao som do regato entrecortado pelos cantos da passarada nocturna é fonte inspiratória. Não quero perdê-la.
Ando por aqui.

segunda-feira, março 12, 2007

Heróis da mudança


A crítica não tem sido macia para com os autores do documentário “Brava Dança” onde se mostram os caminhos trilhados desde os primórdios de 80 pela banda Heróis do Mar.
Não tive, ainda, oportunidade de ver o filme. Não vou perdê-lo.
Os Heróis do Mar são parte íntima do meu crescimento. Musical. Estético. Artístico. A primeira lufada de ar fresco verdadeiramente séria sentida pela primeira geração da Liberdade a que pertenço. O primeiro arrogo, pós Abril, de uma linha cultural, uma corrente de pensamento, filosofia de um futuro que tardava em despontar num Portugal ainda gravemente ferido, com memória na ditadura, limitado pelo PREC, em busca de um caminho direito rumo à democracia.

Na transição, os Heróis do Mar foram o verdadeiro processo revolucionário juntando à acutilância e inovação musical um espírito desempoeirado, assente numa estética visual que confrontou um país comezinho, brando e de bons costumes, com alguns dos seus traumas e que por isso se apressou a retirar conclusões precipitadas e aranjar estranhas – curiosas, até - conotações políticas à banda, impondo, inclusive, rótulos de teor nacionalista.
A partir dos Heróis do Mar nada mais foi igual. Nós, os gladiadores dos anos 80, passámos a ver neles uma referência. O enquadramento futuro. A bitola da qualidade.
Um concerto dos Heróis era um acto de puro espectáculo. Cénico. Estético. Musical. Era teatro. Representação de alto nível. Do guarda-roupa ao cenário. O êxtase chegou com o hino ao “Amor”, provavelmente o primeiro grande hit da pop em Portugal.

Talvez a falta destas imagens, para quem viu, viveu, sentiu, vibrou, com a brava dança dos Heróis, suscite críticas algo negativas ao documentário de José Pinheiro e Jorge Pires.
A moda agora é olhar para os eigthies como a década da criação, da revolução cultural, ideológica. Mudança radical dos costumes. Até dos usos.
Os Heróis do Mar simbolizam essa real alteração “climática” no país.

E o documentário, mesmo que o não traduza – na voz opinativa dos críticos – tem o mérito de cortar com a rotina e mostrar um formato muito pouco usual nas nossas salas de projecção. Só por si, marca a vitória do documentário.
E mostra que os Heróis do Mar podem ainda quebrar barreiras.

P.S. – Voltarei quando vir o doc

“O Assunto é…”




Subiu a passo largo os degraus azuis do Sanches de Miranda. Sentou-se a meu lado. Era dia de bola. Os seus olhos claros, brilhantes, já vinham de baixo dirigindo-me o longo e habitual cumprimento. Estendeu-me efusivamente a mão. Soltou um “brasileiro dum cabrão”, a única frase soada em português perfeito. Sem sotaque. Anos antes confessara-lhe ser esse o meu sentimento quando o via entrar estúdio adentro. E lhe dizia “fala devagar senão não te percebo”.



Nessa tarde de domingo, na bancada, antecedendo um qualquer jogo do Juventude, ofereceu-me um livro. O Seu livro. “Sua Excelência o Futebol, Excrecência”. Vinha autografado. Para mim. Um olhar profundo sobre a realidade do futebol mundial.


No raiar dos anos 90, crise de contratos, despedido de um clube qualquer, chegou à rádio. Sem qualquer experiência. Fui os seus olhos na descoberta da “menina”. Ao contrário de mim, ele nunca mais a largou.

Nos estúdios da então denominada TSF Alentejo, mais tarde Diana FM, passámos horas à conversa. “O Assunto é Futebol”. Ele era uma verdadeira enciclopédia futebolística. Ninguém me ensinou mais sobre futebol. O título desta crónica identificava as nossas gravações na rádio.


Bebemos copos. Falámos muito. Contou-me histórias. Sobre a carreira, curta, de futebolista no Brasil – não recordo o clube. Verdadeira estrela precocemente apagada por irreversível lesão num joelho. O primeiro dia em Évora, trazido pelo empresário, Cié, que homenageou no baptismo do primeiro filho. O primeiro contrato com o Lusitano…


Um largo interregno. Pensei num regresso definitivo ao Brasil. Esteve, afinal, nos Estados Unidos onde montou uma “clínica” sobre futebol.

E voltou de novo à Évora da sua paixão. Voltámos a cruzar-nos. Até há dois ou três anos. Talvez menos, não recordo.

Dele, lembro-me bem. Tez escura. Carapinha curta. Olhos brilhantes. Sempre brilhantes. Ternos. Mas de olhar matreiro! Sorriso amigo. Disparava palavras. Rápidas. Metralhadas. Com sotaque. Quase imperceptíveis.

As pernas arcadas davam-lhe o ar de estrela da bola.

Não há coincidências...

Manhã de sábado. Depois de uma semana em Lisboa, levanto-me cedo para respirar Alentejo. Parto para o campo. Inacreditavelmente, levo, debaixo do braço, uma bola de futebol. Há quatro anos que não jogo futebol. Só nos sonhos salto para o estádio e brinco com a bola. Este sábado é diferente. Passo a manhã sozinho. A jogar à bola. Sei lá porquê.

Dou toques. Simulo jogadas. Finto Canavaro. Dou baile a Cristiano. Marco um golo. Dois. “Hat-trick”. Sozinho. Eu sozinho… sou a equipa da vitória. Dos aplausos. Saio do estádio em ombros. A multidão grita. O meu nome ecoa pelo estádio imaginário.


Manhã de segunda feira. Na redacção procuro avidamente as novidades da terra. Instrumento de trabalho obrigatório, chego ao Notícias Alentejo. O choque: “Morreu Leonildo Vilanova”. Um olhar de espanto. Um esgar de dor. Pontapé fundo no estômago.

A notícia, crua, relata uma “doença prolongada”. Diz que morreu no sábado… no Brasil. Não consigo segurar as lágrimas.

Não há mesmo coincidências. Nunca acreditei nelas. Sei hoje, segunda-feira, que no sábado não joguei sozinho. Fiz o último jogo ao lado de Leonildo Vilanova.


Camarada: um dia, na rádio dos sonhos, voltaremos ao éter para fazer a jogada da vitória. Gostava de te ver, amigo… Saravá!

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Tráficos: da Moderna à Independente

Notícia em todos os órgãos de informação (esta é do CM):
Suspeitas de fraude fiscal e tráfico de diamantes
Tráfico de diamantes, fraude fiscal e falsificação de assinaturas e de documentos na Universidade Independente (UNI), em Lisboa, estão a ser ...
 
Comentário: Lembro-me bem da Universidade Moderna: além do tráfico de influências, que era o menos, ele era tráfico de armas. De diamantes. Até de mulheres. Ligações perigosíssimas de um autêntico polvo estendendo os seus tentáculos que incluiam desvios de verbas e lavagem de dinheiro...
Pensei que toda aquela gente envolvida no processo iria apodrecer na prisão. Depois de tanto barulho, de tanta página de jornal, de tanta agitação política, houve um único condenado por... um mero desvio de verbas no valor de uns milhares de contos. Coisa pouca para tanto barulho.
 
Será este o episódio 2?

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Folha Branca

É a mais aterradora perspectiva para quem tem de escrever: a folha branca.
 
 
Continua branca...
 
 
 
 
E branca vai ficando...
 
 
 
Fica mesmo... Até logo

sábado, fevereiro 17, 2007

Músicas

Boas notícias
 
. Novo Radiohead a 6 de Agosto
. Nick Cave e os incontornáveis Bad Seeds preparam novo álbum edição prevista para este ano
. Smashing Pumpkins regressam duas vezes: à música e aos concertos. Com passagem por Portugal a 9 de Junho
 
Saudades da Censura
 
. Anuncia-se regresso de Julio Iglésias a Portugal

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Terra dos sonhos

Ao ensurdecedor barulho do Carnaval, respondo com o som de uma velha "amiga". É mais calmo e de melhor gosto.
Bom fim de semana, na "terra dos sonhos".

Anna Domino - Land of My Dreams

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Geração supermercado




Contributo para eleições (referendos) mais participadas: modelo de urna para supermercados

A geração supermercado não votou no referendo. As urnas não estavam ao lado da caixa de pagamento.


sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Obra(s) prima(s)


Conta-se no Y do Público (link para assinantes) a história de David McComb, da sua morte, em 99, da reedição das obras primas dos australianos Triffids de que foi mentor. "In the Pines" e "Calenture" regressam ao mercado. Com extras. Ainda bem.

Cachas? Só no You Tube

Notícia: YouTube: Leonor Beleza apela ao «não» e dá a cara num vídeo colocado no YouTube e no «site» de Marcelo Rebelo de Sousa... (Portugal Diário, 08/02/2007)

Pergunta: Estaremos a ser ultrapassados? Porque escolhe uma figura pública aquele formato para divulgar uma posição? Porque sai integral, sem tratamento editorial? Qual o papel que fica reservado ao jornalista? Será preocupação demasiada e sem sentido?

Penso que o futuro passa por este tipo de formatos onde não existe moderção do jornalista. É certo que Leonor Beleza socorreu-se do site de Rebelo de Sousa sabendo que é muito visitado.

Mas, sem a divulgação dos órgãos de informação, saber-se-ia algo da mensagem de Beleza?

Que acham disto?

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

INEM empata

"Chovem" histórias sobre a ineficácia do INEM e decisões duvidosas, abstrusas, que têm posto em causa a vida de pessoas.
Só não há quem as conte. As denuncie. Com coragem.
Andamos a morrer às mãos da contenção de despesas do 112!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Ferida de morte

Apito dourado por cá.
Trapacices italianas.Morte do polícia na Sicília. Campeonatos suspensos.
Caso Mateus.
Empresários exploradores, em busca de fortuna à custa de talento alheio.
Falta de púlbico nos milionários e ultra-confortáveis estádios do Euro.
Violentaram tanto o futebol, que este se encontra ferido de morte.

Grandes abortos

Caminhada final para o segundo referendo à despenalização do aborto. A panóplia de argumentos chega tão fundo e roça tantas vezes o disparate de um lado e outro, que já não consigo ouvir sequer uma palavra.
Ainda há vozes a considerar positivo o referendo por trazer esclacimento e diversidade de pontos de vista sobre uma matéria "fracturante" na sociedade portuguesa.
Para mim, já só existe poluição.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Documentários sobre o Alentejo

Dois documentários dos jornalistas José Coimbra e Tiago Guimarães que passam na FNAC do Fórum Almada. Pode parecer-vos que digo Plutão, no texto, mas não é verdade. É mesmo Platão. Em directo tudo pode acontecer.


Emissões experimentais no Largo


Está em fase de experimentação o podcast do Largo dos Almendres. Em breve além dos textos, teremos também som. Deixo-vos apenas um pequeno exemplo:


Em breve poderemos ouvir alguns dos sons que, por variadíssimas razões, não entram nas notícias. Pequenas peças e tudo o que entretanto me vier à cabeça.
Fica o endereço - repito que está em experiência, depois não me venham azucrinar a cabeça a dizer que não meto nada. http://almendres.mypodcast.com/
Agradeço comentários e sugestões, até para perceber o que pode ser "notícia" no podcast dos Almendres.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A verdade e o castigo

Notícia: Manuel Pinho voltou a causar um monumental embaraço ao Governo português. Ao afirmar no Fórum de Cooperação Económica e Empresarial Portugal/China, com que José Sócrates ontem iniciou a visita oficial àquele país asiático, que uma das cinco razões para os empresários chineses investirem no nosso país era a mão-de-obra barata, o ministro da Economia colocou os sindicatos e a Esquerda em sintonia num coro de protestos em Lisboa que ecoaram em Pequim e marcaram o primeiro dia da viagem. (in Correio da Manhã)
Reacção: O ministro já veio dizer que houve aproveitamento político e exagero por parte da oposição.
 
Dois pensamentos:
 
1º - Cada vez que Manuel Pinho abre a boca, nunca se sabe que asneira vai sair. São já uma boa colecção delas. O homem não tem emenda. Por isso, Sócrates poderia fazer o aproveitamento da situação para mostrar a porta de saída ao ministro.
 
2º pensamento - Afinal, não diz o ditado que "quem fala verdade não merece castigo"?

quarta-feira, janeiro 31, 2007

"Nós, os bêbedos"

Nunca achei piada aos Sampaio. Devo confessar aqui - local quase só reservado à legião das amizades - que o Sampaio Presidente sempre me causou irritação epidérmica. Muito mais os seus discursos. Pior quando tinha de trabalhar sobre eles. Felizmente, acentuo eu, já não precisamos mais de levar com ele. Com mais dez anos de mandato como Presidente da República, Sampaio chegaria, por certo, às portas do retorno da Monarquia.

Pior ainda que o Sampaio Jorge, é o Sampaio Daniel. Ora aí está personagem pela qual nunca nutri qualquer simpatia. Nunca gostei do seu discurso. Proibi-me de ler os seus livros às páginas madrugadoras de "Inventem-se novos pais".
Só que esta ideia estava muito bem guardada, cá no fundo, porque sempre que me atrevia a expressar a minha opinião sobre o psiquiatra Sampaio, logo um coro se levantava contra mim.

Agora, meus amigos, como dizia a minha avó, estou "de cavalo". Com o Sampaio Presidente arrumado, o Sampaio psiquiatra, acaba de assinar com letra bem legível o documento que o vota ao ostracismo cá pró lado dos Almendres. Para que me compreendam, deixo-vos extracto do texto publicado por Paulo Barriga no Correio Alentejo com respectivo link para leitura completa.
Já agora, vai um tinto?

Txt de Paulo Barriga
"Nós, os bêbedos. Daniel Sampaio, pessoa que escreve livros ligeiros sobre assuntos pesados, é um tipo notável. O irmão do nosso ex. é uma pessoas que se tem em muito boa conta, muito atenta, e que escreve coisas muito sérias sobre o comportamento das pessoas, sobre a vida em família, sobre os tempos que correm, sobre a sociedade em que vivemos, sobre a educação das crianças, sobre a influência do meio físico e social na formação da personalidade... enfim, é uma Margarida Rebelo Pinto com algum requinte e, certamente, menos pêlos louros. Algumas pessoas compram os livros ligeiros de Daniel Sampaio. E há até quem seja reincidente em tal descuido. O conselho que aqui se deixa vai no sentido de se utilizar tais objectos com algum cuidado e seguindo as mais elementares normas de segurança próprias ao manuseamento de produtos tóxicos. Na última obra de Sampaio – que um amigo me fez chegar em fotocópia – debruça-se o autor, entre outras profundas superficialidades, sobre o consumo de álcool na adolescência e sobre a influência por mimetismo que os jovens decalcam no comportamento dos pais. Observa o “cientista” que existem, por igual, factores de ordem genética e cultural que explicam o abuso de álcool, mas que é o exemplo que se dá em casa que mais contribui para as bebedeiras precoces que os adolescentes gostam de apanhar entre amigos.E dá uma sugestão aos incultos progenitores indígenas: “devem, por isso, não beber ou beber com moderação, nunca surgindo embriagados junto dos filhos”. No entanto, não se esquece o sóbrio Sampaio e até compreende, que existem hábitos culturais muito enraizados que são difíceis de apagar: “É difícil dizer a um alentejano que seja abstémio, mas é crucial esclarecê-lo de que deve beber pouco, sobretudo se já tem descendentes”. Vem a bela pérola da psiquiatria de pechisbeque nas páginas 191 e 192 do último livro do salvador, intitulado Lavrar o Mar.Sampaio, ao que se depreende das suas doutas palavras, está em missão ou em vias de querer missionar o Alentejo no sentido de esclarecer esta gente bárbara para não beber à frente dos filhos. Preconceituoso embora persistente, o bom do Daniel conhece as dificuldades inerentes a uma empresa desta envergadura: é muito difícil convencer um alentejano a não se embebedar todos os dias. O investigador tem, por conseguinte, trabalho de campo adiantado e já concluiu coisas importantes: a) todos os alentejanos são bêbedos; b) embebedam-se à frente dos filhos; c) tem maus fígados, pelo que não é fácil convencê-lo a deixar de beber sem se correrem riscos de ordem física ou outros. E esse é também a sugestão que aqui lhe deixamos com muita intensidade e alguma pena: deixe de beber, senhor doutor, vai ver que as ideias lhe saem menos toldadas, menos arbitrárias, menos limitadas. Até lá, as pessoas deviam de ser salvas de ler os seus livros, pelo menos os alentejanos que, pelos vistos, não lhe merecem uma pinguinha de respeito."

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Obreiros do futuro

Uma gélida manhã na planície. Sábado 27 de Janeiro.
Sócrates apresenta os vectores do que apelida "o futuro" do Baixo Alentejo.
Fala de Alqueva, Aeroporto de Beja, porto de Sines, IP8, IP2 e blá,blá, blá.

Os engenheiros de Alqueva, numa foto tirada por António Carrapato, e publicada no Cá do Alentejo, esperavam o primeiro.
Legenda da Foto: Sem esta equipa, Sócrates nunca apresentaria qualquer obra.