terça-feira, outubro 17, 2006

Greve “à la... câmara”

Greve dos trabalhadores da Johnson Controls em Portalegre. Começou hoje às 6 da manhã. Termina sexta feira à meia noite.

Esta manhã, lá estavam os jornalistas para realizarem a cobertura da greve. Como lhes é vedada a entrada na empresa, ficaram cá fora, na rua, exactamente no local onde, nos últimos tempos, têm passado muitas horas à espera de resultados dos plenários e reuniões negociais.

Trabalhadores em greve, nem vê-los. O que é natural, já se sabia que iam estar dentro da fábrica. Só que para um repórter de televisão, não dá muito jeito cobrir a greve sem imagens.
Vai daí os repórteres das televisões ligaram para a Comissão de Trabalhadores e expuseram o problema. Resposta pronta do outro lado da linha:
“Assim que vocês quiserem, avisem que a gente sai prá rua e paramos aí uns camiões”.
Com a combinação feita, foi só ajeitar os horários e os tempos dos directos e das peças.

Uma verdadeira greve “à la... câmara”.

6 comentários:

Anónimo disse...

E uqres melhor? A papinha toda feita!!! Só obra de gente boa!

Saudações

Anónimo disse...

E queres melhor?? A papinha toda feita!!! Só obra de gente boa! Somos uns para os outros.
Saudações

Anónimo disse...

haja algo neste país a funcionar ...
cumpram-se os horários (ou combinem-se)...
para quando homicidios roubos ou suicidios com hora combinada ?
assim se vai neste mundo mediático...todos queremmesmo os quinze miutos de fama... e a contar com a média de 1 minuto e meio por reportagem televisiva, as ditas televisões ainda têm crédito de 13minutos e meio...
para quando cenas dos próximos capítulos...

Anónimo disse...

Este pequeno exemplo é o reflexo das sociedade mediaticamente processadas. Torna-se difícil apurar se são os jornalistas e os órgãos de comunicação social quem está a faltar aos seus compromissos éticos em nome das audiências ou se à opinião pública ou a massa mediática lhe falta a educação cívica suficiente para saber que não é assim que se defendem os direitos laborais. Se calhar, e é o mais provável, é a falta das duas coisas. A comunicação social alimentar-se-á dos operários em greve, apenas e só, enquanto eles lhe garantirem audiências. Não contribuirão em nada, neste moldes e sem um debate profundo sobre as questões, para a alteração do status quo em que se encontram os trabalhadores. Por outro lado os trabalhadores encontram nestes 15 segundos de fama o único meio de fazerem ouvir os seus direitos e frustrações. Mas há outras formas de fazerem ecoar na sociedade os seus anseios...

Anónimo disse...

Este pequeno exemplo é o reflexo das sociedade mediaticamente processadas. Torna-se difícil apurar se são os jornalistas e os órgãos de comunicação social quem está a faltar aos seus compromissos éticos em nome das audiências ou se à opinião pública ou a massa mediática lhe falta a educação cívica suficiente para saber que não é assim que se defendem os direitos laborais. Se calhar, e é o mais provável, é a falta das duas coisas. A comunicação social alimentar-se-á dos operários em greve, apenas e só, enquanto eles lhe garantirem audiências. Não contribuirão em nada, neste moldes e sem um debate profundo sobre as questões, para a alteração do status quo em que se encontram os trabalhadores. Por outro lado os trabalhadores encontram nestes 15 segundos de fama o único meio de fazerem ouvir os seus direitos e frustrações. Mas há outras formas de fazerem ecoar na sociedade os seus anseios...

Xplink disse...

É uma vergonha...a guerra das tvs levou a isto...não será fabricar, ou no mínimo "enfeitar" a notícia?? A culpa é de quem está lá "em cima"... que levam os que estão no terreno a ter que quebrar a ética para no mínimo não ouvirem raspanetes... era bom que quem está cá embaixo pudesse dizer nestes casos... não há reportagem! Isso era jornalismo! Ou não?