segunda-feira, julho 07, 2008

Festival Évora Clássica

Enquanto nas rádios os apresentadoresw se enchem de cuspo com os SBSR's, eis que regressa o grande festival do verão eborense.
Está na rua, a partir desta terça feira o Festival Évora Clássica, com a chancela real da da Casa Cadaval.
Cinco dias de música e tradições do Oriente, apresentando a famosa rota dos ciganos desde a Índia à Andaluzia.
Noites quentes obrigatórias.
Espreitem o programa completo.
http://www.festivalevoraclassica.com/

O menino do coro

Saiu de cena sob os mais rasgados elogios. Brindado com os aplausos mundiais. Com o carinho dos milhões que se perdem de amores por esta estranha coisa capaz de juntar à volta da mesma gamela gente de todas as proveniências, saltando barreiras sociais e culturais. Brancos. Pretos. Amarelos. Ricos e pobres. Todos a comungar à mesma hora, fazendo profissão de fé mesmo que conduzidos por testamentos díspares.

Na hora da despedida, o encanto foi maior. Loas vieram do mundo inteiro. Cânticos entoados de coração aberto. Mesclas de adjectivos atestando qualidades profissionais, humanas. Por aí fora... Ouviu-se falar de heroicidade. De magia. De mestria. Daquela só consagrada aos maiores dos génios. Até das mais improváveis proveniências chegaram alvíssaras. É sempre assim na hora do adeus.

Perdido nas ruas da amargura, ameaçado com antecipado assalto ao poder, aquele a quem o crédito se encontrava coarctado, num assomo desesperado, lançou na mesa, batendo estrondosamente os nós dos dedos como quem anuncia manilha seca, cartada de mestre. Numa astuta jogada salvou a pele, roubou a batuta e transformou o Maestro em... menino de coro.

No reabrir da época o Maestro-feito-menino-de-coro ainda abre o sorriso. Ainda se pensa, ainda se vê, ainda o vêem de batuta, alinhando a pauta, olhar sério perante a orquestra, fazendo, concentrado, o segundo da pausa antecessora do troar do primeiro acorde.

Muitos, não direi todos, mas uma maioria, só lá para o quinto concerto da época vão perceber que ao Maestro já nem sobra a “aba de grilo”.
Só lá para a quinta sinfonia marcada para a catedral a mole vai olhar. Percebendo, então, que o Maestro há muito não segura a batuta.

Nessa altura, injustos como o raio que os parta, como são, aliás, todos os indefectíveis da coisa, vão rogar pragas lançando as mãos à cabeça, vociferando, bradando aos ventos lamentos interiores.
Nessa altura cuspirão no prato que lhes alimentou a alma. Farão do assobio e do insulto a pedra que há-de encerrar no túmulo aquele a quem um dia chamaram Maestro.

E talvez só nessa altura, a mole vai perceber que a maleita vinha de trás. Daquele que antes livrara a pele lançando o Maestro às feras. A não ser que o facínora tenha já, qual vigarista batoteiro, outra carta falsa na manga, pronta a lançar para que possa segurar-se nas gavinhas do poder totalitário. Absolutista. Despótico.

É duro perceber como o amor distorce o raciocínio.
É duro perceber como o Maestro se deixou embrulhar desta maneira.É duro ver Rui Costa, qual menino de coro, enxovalhado por um velhaco acossado pelo insucesso.

sábado, junho 07, 2008

Vivó Euro

Esqueço as artes.
Arrumo os livros. Desligo o CD e fecho o i-pod.
Auster e Antunes sobem à prateleira. Aguardo perdão dos músicos.
Atenua-se a voracidade poética. Os poetas descansam.
Nas próximas semanas não contem comigo.
O mais refinado e escabroso vernáculo é companhia certa.
Odeio os couratos. Passo os tremoços.
Gosto de estalar a carica da loira, embrulhar os lábios no gargalo com a mestria ganha pelos anos e deixá-la escorrer por ali abaixo até os olhos ficarem brilhantes…
Junto-me ao povo e instruo-me de bola. Até ao tutano.
Viva Portugal.

domingo, maio 04, 2008

Queres dançar?

Serás sempre bom par...
E o novo dos Rádio Macau não é só isto. Experimentem-no!

sábado, março 29, 2008

O homem do chapéu preto


Durante os últimos anos andei zangado com eles. Lia e ouvia críticas de espanto e contorcia-me de dores. A última onda de prazer esmorecera após Out of Time. A partir daí... só desilusão.
2008. Finalmente o regresso. Digno de registo. Fui ouvir. A medo. Espantei-me.
Lembram-se do homem do chapéu preto (e óculos escuros)? aquele que marcava a etiqueta da velhinha independente I.R.S.?
Ao ouvir o novo Accelerate fui de volta aos tempos de Murmur, Reckoning ou do fabuloso Document.

Nem tudo o que soa a velho, soa mal. Nem tudo o que é velho é mau. Às vezes mais vale voltar à casa de partida - mesmo sem receber 2 mil escudos - para começar de novo. E voltar a espantar.
Acelerem. Comprem. Prá semana está no escaparate mundial - Portugal incluído. Por agora aí por qualquer site pirata.
REM. Accelerate. Apenas em apresentação.

quinta-feira, março 27, 2008

Regresso... finalmente

Foi quase uma década de saudade. Ei-los de regresso. Finalmente. É o "Third" Portishead.
Imperdível? Não. OBRIGATÓRIO!!!

Quem cava... encontra

Aqui não se trata de paixão. Sim de amor eterno. E eis Nick ressuscitado - como Lázaro. De novo a grande nível.
Imperdível!!!

Lindos sapatos vermelhos

Estou Apaixonado!
Pela música.
Pelos sapatos. Vermelhos.
Pela Rita. Redshoes.

quarta-feira, março 19, 2008

Reflexão

Frase de reflexão, principalmente para muitos indefectíveis socialistas.
Está no Diário Econíomico de ontem, 18 Março, assinado por João Paulo Guerra, a partir de uma entrevista do "grande" e influente socialista Vitalino Canas:
"...o rótulo "socialista" em Portugal engloba as concepções de vida e de sociedade mais distantes dos ideais de solidariedade que inspiraram as doutrinas sociais."

terça-feira, março 11, 2008

Levantado do chão

A Câmara de Montemor tem um novo autocarro. E fez questão de informar toda gente disso, pois é preciso saber onde se gasta o dinheiro do povo e é preciso saber que o povo já pode andar de cu tremido.
O autocarro até está bem pintado. Mas a característica especial está na pintura da frente. XSe conseguirem ver, na dita pintura está a inscrição "Montemor-o-Novo levantado do chão".
Estranho? Talvez para alguns. A verdade é que a autarquia soube aproveitar bem o nome de um dos melhores romances do Nobel Saramago.
"Levantados do Chão" é um dos melhores livros do escritor. Crónica maior sobre o Alentejo depois da abrilada.
José Saramago esteve vários meses em Lavre inspirando-se em paisagens e pessoas.
Depois de receber o Nobel a primeira paragem em Portugal foi precisamente em Lavre. Aí almoçou e prestou homenagem aos "personagens" reais da sua história.
Foi lá que afirmou que "Levantados do Chão" foi decisivo na sua carreira. O princípio do Nobel. Um dos melhores romances que escreveu.
A autarquia de Montemor aproveita agora. Bem.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Calotes e fotocópias

Jaime Silva diz que Paulo Portas tem "calotes políticos" e "dívidas de explicações" aos portugueses.
Portas está muito ofendido. Quer processar o ministro da agricultura e até exige um comentário de Sócrates às afirmações de Silva.
As declarações de Silva vieram depois de Portas dizer que o Ministério da Agricultura pratica uma "política de calote".
Ana Gomes lá veio defender Jaime Silva.
E Portas... bem, Portas continua mudo e bem calado sobre as 60 mil fotocópias feitas no Ministério da Defesa.

terça-feira, novembro 13, 2007

Planeta dos lagartos en français

Interrompo estes quatro meses de silêncio para lançar aqui um blog. Já existe há mais de um ano, é escrito por um grande amigalhaço alentejano radicado em França há vários anos e com quem tive o privilégio de trabalhar noites imensas.
Transfigurado em Coeur de Lion, este amigo mostra no seu blog o pior da sua condição: ser do Sporting.
Mas para quem gostar daquela desgraça este é um grande blog, devida e dignamente actualizado - grafismo atractivo, de grande qualidade, mostrando as qualidades do grande gráfico e paginador agora chamado Coeur de Lion - com as novidades da agremiação sedeada nos fundos do Campo Grande.
Para mim irá funcionar como ponto fulcral das magníficas e intermináveis discussões de bola que sempre mantive com Coeur de Lion.
Com o mais afiado bico de águia fica o link: Planète Sporting Club de Portugal

terça-feira, julho 24, 2007

20 anos

Discutindo as agruras da vida com meia dúzia de camaradas, há dias, enquanto se esperava pelo presidente Cavaco, a conversa virou-se para os anos de profissão. Eles recordavam o primeiro dia. Quase todos sabiam a data concreta. O primeiro dia... Na rádio. No jornal. Os primeiros passos na Redacção. Eu não. Sabia o ano, não a data. Nunca liguei a datas. A minha pedra é desprovida de datas gravadas. Tal como esqueço o dia do meu próprio aniversário também nunca um amigo recebeu a surpresa de levar com as minhas felicitações em dia de anos. Não sei a data dos anos de ninguém. A dos meus filhos acabo por sabê-la devido à excitação nas semanas que antecedem o acto. De resto… zero. As datas são meros números. E números são fantasmas do passado.
Às vezes o passado tem surpresas.
Remexo em blocos antigos, onde sempre escrevi a vida ou rabisquei notas de reportagem. No meio de um canhenho mal amanhado, velho não só pelo tempo – já naquela altura devia ter mau aspecto – descubro uma folha, dobrada em quatro, caligrafia disforme – a minha.
Uma carta a uma namorada da época. Fantástico! O teor da carta, que não sei se seguiu (será aquele pedaço de papel mero rascunho, ou terá sido carta nunca enviada?), é totalmente desinteressante. Imberbe. Como o são os 18 anos.
Por entre patranhas ingénuas contadas a uma amada sem nome - embora saiba a quem se destinava – encontro uma data: 24 de Maio de 1987. Data inscrita na dita carta. Recorrendo ao calendário do telemóvel fico a saber tratar-se de um domingo.
O que tem isto de interessante? Pouco, é certo. Só que mais à frente escrevi à paixão da altura que me ia estrear aos microfones na quinta feira seguinte.
O que, para mim, apenas para mim, leva a uma brilhante descoberta: falei pela primeira vez aos microfones a 28 de Maio de 1987. Na altura – isso lembro-me bem, sempre o soube – falei sobre os Dire Straits. Até sei a frase primeira do meu texto. Como se agora mesmo o tivesse escrito: “numa época em que o supérfluo se sobrepõe ao essencial, os Dire Straits…” – mais não recordo.
Eu que sou mais de revoluções, sabendo disto agora, desta data, só me ocorre a interrogação: pode o meu estado durar tanto quanto o outro que fatidicamente se iniciou na mesma data, mas em 26?
Fica gravado. Não na pedra. Apenas neste blog de amores e humores ocasionais.

quinta-feira, julho 12, 2007

Estrela minha


Todas as noites me perco neste namoro.
Olho-a. Embevecido.
Platónico.
Podre de paixão.
Ela, irradia luz.
E abre um sorriso
(apenas para mim)
Não lhe sei o nome.
Mas amo-a.
É a estrela mais brilhante do meu céu.

Quero-a. Só para mim.
Ela insiste na companhia das outras.
Procuro demovê-la.
Revelo-lhe minha paixão
amor eterno.
Em vão.
Responde-me em sorriso.
A minha estrela.

quinta-feira, julho 05, 2007

Força Carlos!!!

O Gonçalo deixou esta mensagem:
Para o Carlos
Por vezes as palavras custam a sair. Os sentimentos perturbam e confundem. As perguntas surgem mas as respostas não saem. Falei contigo há minutos. E hoje trato-te por tu. Não disse tudo o que queria. Há-de vir o dia, meu amigo! Boa sorte para amanhã!GG

Fora de contexto, é difícil percebê-la. Meu Amigo, entendo-te bem. Percebo a tua preocupação e o embargo que silencia a tua voz.
O Carlos Júlio é forte. Não será um tumorzeco a derrotá-lo.
Não te esqueças, caro Gonçalo, que ele passou incólome às balas na Guiné. Nem preciso de te recordar do episódio de Prizren, no Kosovo, com os cinco mísseis disparados por caças americanos à sua coluna acabando por matar o seu motorista e tradutor.
O Carlos não só se safou como pôs a salvo alguns camaradas. Talvez não te lembres, mas a jornalista inglesa que ele retirou "debaixo" dos mísseis, na sua reportagem, descreveu-o quase como herói, afirmando que foi quem lhe salvou a vida.
Sem mais histórias. Sabes tão bem como eu que não é fácil torcê-lo. Tem sempre um último argumento para ficar por cima. Um último trunfo usado com mestria para nos "lerpar".
Assim será desta vez. Não duvides, caro Gonçalo.
O ano vai ser duro para ele. Nós, vamos estar aqui. A sofrer por fora. No final, riremos todos à volta de um tinto.
Um abraço

segunda-feira, julho 02, 2007

Quadros de uma exposição


Chama-se Partilhas.
Carlos Ferreira partilha connosco a sua arte. Mostra-nos o mundo das suas descobertas através da pintura. Mote de vida. Quadros impressivos. Cenas quotidianas. Ou simplesmente traços encontrados nos poemas. Na poesia da vida.
Carlos Ferreira é um poeta das cores.
Neste acrílico sobre tela, publicado em Março, questiona o mundo lá do sul. Do sul do sul. Uma África acompanhada pelas palavras de Agostinho Neto.
Momentos imperdíveis em cores vivas partilhados através do seu original blog.
A música, calma e encantadora, ajuda a percorrer os quadros.
Mussorgsky prestou homenagem ao amigo através da suite "Quadros de uma Exposição".
Assim presto eu homenagem ao amigo Carlos Ferreira.
Para que desfrutem dos quadros da sua exposição

Mundo da música


Às vezes temos a sensação de que nada acontece nesta pasmacenta cidade. Verdade?
Ora então, visitem o site que vos deixo e vejam a maravilha programada para os próximos dias. Com a chancela da Casa Cadaval. Com brasão real e tudo.

http://www.festivalevoraclassica.com/

E Viva a Música!!!

sexta-feira, junho 08, 2007

O que vês?



Sei que me olhas...

Aí. Ao longe.

Mas...

Porque não me vês?

Que medo tens?

Observo-te...

Olhando-me.

Contemplas...

Recusando ver!