terça-feira, setembro 05, 2006

A FIFA não é dona do mundo


O chamado “caso Mateus” deveria mudar de nome. Devia chamar-se “mais um caso Loureiro”. “Caso Leal”. Ou o nome de todos os indulgentes dirigentes que inacreditavelmente andaram a dormir na forma e deixaram chegar isto aonde chegou.
Há inúmeros especialistas, advogados, juízes, gente conhecedora da justiça desportiva e não só que tem analisado este caso.
Não posso entrar aqui em considerações por desconhecer a totalidade das permissas. Mas uma coisa sei: de Havelange a Blatter, as fífias da Fifa são muitas e conhecidas.
O organismo internacional que gere o futebol só vê dinheiro. Só se move pelo lucro. Explora tudo e todos. Até ao tutano.
Vide o recente Mundial de Futebol, com um BI de infra-qualidade. Porque os artistas chegaram completamente sugados ao placo verde. Pelos campeonatos. Pelas taças europeias – organizadas pela tb toda poderosa UEFA. Pelos jogos das selecções. Mundial com 32 selecções, sessenta e tal jogos… tudo para potenciar o número de países, espectadores e, claro, dinheiro.
Vamos à vaca fria. A FIFA e os seus dirigentes não são donos disto. Não podem mandar mais que a Justiça de qualquer país. Bosman provou isso. Levou cinco anos e destruiu a carreira. Os governos têm andado a dormir. Bosman fez jurisprudência e provocou um abalo nos clubes e nas estruturas dirigentes. Provou que a Justiça é para todos.
Descontando os despautrérios do advogado e do presidente do Gil Vicente – que às vezes mais parecem extra-terrestres, com enormes dificuldades de expressão, pronunciando-se de forma quase ininteligível -, se o Gil Vicente continuar com a sua luta, quantos anos levará a provar a sua razão? O que lhe acontecerá? Como reagirão aqueles que andam a falar “do supremo ineteresse nacional” ao referirem-se aos jogos da selecção e do Benfica, do Porto e do outro na Liga dos Campeões?
Como se o mundo, o défice no país, os números do desemprego e todos os problemas estivessem resolvidos com o tal “supremo interesse nacional” – como ainda ontem escrevia em editorial Santos Neves n’A Bola. Supremo interesse, o tanas. Todos temos direito à Justiça e direito à inocência até prova em contrário.De galo e orgulho na mão, Avante Gil! A FIFA não é dona do Mundo.

Sem comentários: